domingo, 11 de dezembro de 2011

Retrato de uma vida.


Aquele rosto em preto e branco
Num porta-retrato sobre a estante.
Nele o passado de um presente
Pela vida o ar do desencanto.
Aquele semblante abatido
Os olhos movendo-se por um momento.
Continuam ali desiludidos
Tentando desviar o sofrimento.
O sorriso que não pode se abrir
A tristeza conivente eterna
Uma lágrima que desistiu de cair
Vida que não quis prosseguir.
Flores sobre o colo deixadas
Não têm vida, natureza-morta.
Tantas fotos ali espalhadas
Com aquela ninguém se importa.
Projetei o mesmo retrato, sorrindo.
Na parede da sala emoldurado
Bem no meio dum jardim florido
O meu presente ficará representado.

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